segunda-feira, 21 de abril de 2008

Em 15 de março de 2007

Siga a trilha, disse o velho homem, e assim o fiz, trilhei por muito tempo, apenas querendo chegar ao fim, o velho havia dito que ao final do caminho eu encontraria algo grandioso, sublime, mas até então, não sabia aonde estava ou se faltava muito. Já estava a ponto de desistir, parar com toda essa loucura, já que não fazia mais sentido minha busca, pois já não sabia mais o que buscava, queria desistir, sentia me derrotado, triste, enfim, eu não teria a satisfação dos que chegam, a felicidade dos que encontram, o júbilo dos que vencem...

Estava assim, quando ele me encontrou...

Corpo de criança, vitalidade de um jovem e sabedoria de um ancião, assim o era. E foi nesse momento que acordei...

Conversamos por horas, nunca havia levado "sermão" duma criança, nunca chorei tanto, pois cai em mim, percebi o quanto havia perdido e o quanto estava perdendo, ele me resgatou, disse que ainda me restava uma chance. Ainda ecoam em mim suas últimas palavras "a busca NUNCA acaba..."

Voltei a trilha, mas não mais tinha a mesma visão, aprendi que a busca era contante e que a todo momento poderia encontrar e descobrir coisas. Reparei na vida que nela havia, percebi os pequenos milagres, as providências, tinha sempre tudo o que precisava, o longo caminho sobre essa nova perspectiva tornava-se mais prazeroso. Mesmo as pedras, espinhos, tempestades tinham um novo aspecto. Apareciam como um desafio a ser superado. Cada vitória era muito bem vinda. Foi por causa dele, na figura de uma criança que aprendi. O momento mais importante de qualquer caminho, é sempre o momento presente, na ansiedade de logo chegar, estava perdendo o mais importante: o agora.

Nesse momento, não mais me importando com o fim, e sim com o meio, cheguei aonde queria. E já maravilhado com o TODO o caminho, não podia acreditar que algo pudesse me trazer satisfação maior.

Mergulhei, no mais profundo de meu ser e assim, vi, que o velho homem sabia o que estava dizendo, fiquei sem palavras, fui levado para longe, o fim da trilha tinha tornado-se imenso. Num instante me vi mergulhado no Universo, tão imenso, vi a Terra ao longe, conheci a grandiosidade do Universo, suas constelações, galáxias, nebulosas, não vi o fim, não via o meio nem o início.

Comecei a voltar, e vi minha tão estimada via Láctea, como uma nuvem rosa e verde. Adentrei sem medo, sabia o que queria, sabia que tinha encontrado, meu coração bateu mais forte, sabia que podia TUDO, que tinha tudo, que o Universo estava em mim. Vi o que chamo de meu mundo, a Terra, senti muito carinho nesse momento e foi como se pudesse carregá-la no colo e cuidar como uma criança, o mundo estava em minhas mãos, pude sentir seu calor, sua dor, suas alegrias e suas tristezas. Até que ouvi, uma voz doce, não era possível, tão doce quanto a voz de minha mãe, Gaia chamava por mim, pedia por minha presença, senti que o mundo também estava em mim, e vi o quanto precisava dele também, havia uma troca. Atendi ao chamado e desci, já não mais temia nada, o Universo me apoiava e tinha o mundo não só em minhas mãos, mas também e meu coração...
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