quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Arte do Sonhar de Carlos Castañeda

Olá a todos,

venho aqui quebrar um pouco a rotina natural do Sanctorini, com sonhos e devaneios, apenas para frisar de que não esqueci do projeto ao qual me propus: fazer os exercícios/desafios propostos no livro A Arte do Sonhar e postar experiências. Bem, o livro não é fácil, talvez por isso o tenha começado tantas vezes (e sempre parado no primeiro desafio), e posso dizer que hoje em dia, talvez o desafio seja um pouco maior, já que minhas horas de sono (e consequentemente de sonhar) é bem reduzida: algo em torno de 6 horas. É, se fosse fácil, não seria um desafio né?

Vou deixar aqui a referência, e o primeiro desafio coloco no mês que vem... :D


Autor: Carlos Castañeda
Editora: Nova Era
Número de páginas: 301
Ano de publicação:  1993
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Bons sonhos...  :-)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Outro lado do espelho

A transição fora tranquila, havia trocado de mundos e agora estava em um lugar onde a noite já havia chegado. O Sol não mais queimava sua pele. O céu estava estranho, ou ao menos lhe parecia assim, tinha um coloração diferente do habitual. Nuvens pareciam tumultuar provocando um movimento turbulento, algo que lembrava muito o mar, parecia água após uma tempestadade, cor de terra. O vento completava o cenário, dando movimento a paisagem, que transmitia um movimento revolto e sombrio.

Sabia que chegara ali com um objetivo, mas não conseguia lembrar, algo bloqueava sua mente. As lembranças de seu mundo sumiam de mansinho, e os poucos lampejos que tinham eram reflexos de uma situação no mundo atual. Estava perdida, não sabia onde estava nem o que fazer. Olhava para a estrela desenhada em seu pulso, uma marca de seu mundo, de seu tempo, mas sem passado, sua missão tinha algo com o desenho. O medalhão que carregava possuía a mesma marca, a diferença é que esta brilhava, e sabia que se a esfregasse e pensasse em casa, estaria de volta a seu mundo. Neste momento, um calafrio percorreu lhe o corpo. Se esquecesse de sua casa, não poderia voltar!

Precisava sair dali, e procurou pelo melhor caminho, olhou novamente a estrela do medalhão, e esta tinha apenas uma das pontas brilhando.  Sabia que ela lhe indicava o caminho. Não lembrava de sua missão, mas ao menos seria guiada para ela. E assim iniciou sua caminhada rumando para o leste, em direção as montanhas e, ao que parecia, uma tempestade de areia.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Temperança

"Respire fundo, conte até dez, e solte...."

Custava a concentrar-se na aula, sua mente não a deixava nem ao menos realizar um simples exercício respiratório. Tentava a todo custo passar uma boa impressão à professora, mas sem sucesso.

"vamos lá, não adianta eu ficar aqui falando e vocês com a mente cheia de coisas... Deixem isso para depois... concentrem-se na respiração, assim conseguem desligar-se um pouco... "

Será? Com certeza para alguns pode resolver mas, não para ela. Bem que se esforçava, mas de sua mente brotavam pensamentos dos mais diversos. Yoga no horário do almoço parecia tão bom... mas não aquele dia... como se concentrar? Se o exercício mais indicado não estava funcionando. Ela precisava resolver tantas outras coisas, e o trabalho que não se resolvia, também pelo mesmo motivo: uma mente criativa atulhada de coisas...

E coisas, sabe para que servem? Para atrasar tudo!! Idéias apenas são úteis quando trabalhadas, caso contrário, viram coisas... sem vida, sem graça alguma...

A aula acabou, e nem fora percebida, ela simplesmente seguiu seu caminho, estava ocupada demais com seus pensamentos. Tinha pressa, precisava correr, e a aula apenas servira para deixá-la mais ansiosa. E enquanto ocupava-se apenas consigo, uma criança parou em seu caminho, procurou desviar, mas a criança a acompanhou. Estava com um copo cheio de suco em suas mãos, e por várias vezes quase derramou seu conteúdo enquanto a acompanhava na correria.

Resolveu parar. Olhou descrente para a criança, sem vontade de mencionar qualquer coisa. A criança foi mais rápida:

- Quero água...

Peraí, como você quer água se tem o copo cheio de suco? Por que não toma o suco? A criança podia entender seus pensamentos, não era possível, mas estava acontecendo:

- Eu não quero!

Mas... por que??

- Eu ganhei suco, mas eu não queria, e eu quero é água.

- Bem, tenho uma garrafinha com água aqui, mas precisará primeiro esvaziar seu copo, então posso te dar água...

- Mas eu não posso jogar o suco fora... alguém pode precisar!

Engraçado, a solução era tão simples, porém uma tempestade estava se formando. E a criança relutava em esvaziar seu copo para reenchê-lo com algo que queria tanto. Como convencê-la? Por alguns instantes esqueceu-se porque estava correndo, e teve uma idéia! Olha, eu não quero água, então, pode ficar com a garrafa ok?

- Sim!!! Então, você fica com o meu suco! E assim, o suco também terá feito sua parte...

Parte? Que parte? Estava sinceramente pensando em jogar fora assim que a criança virasse as costas... Que história é essa de parte?

- Oras, é simples, tudo tem um motivo, nada é por acaso. Tudo nesta vida nasce com um objetivo, com um propósito, mas isso não significa que irá chegar até ele. Alguns problemas no caminho acabam atrapalhando, ou até mesmo abreviando e dando tudo errado. O propósito do suco, é saciar alguém. Jogá-lo fora, irá apenas negar sua existência. Tera sido em vão.

Às vezes simplesmente não temos tempo de ouvir, pois acreditamos que nosso propósito seja o único e o mais importante de todos. Quantas vezes paramos para ajudar alguém apenas com o interesse de tirá-lo rapidamente do caminho, para que possamos seguir em nossa vida, sem que nos atrapalhem... Será isso mesmo? Devemos tirar do caminho? Não seria mais fácil esvaziar para então poder encher novamente? Tudo tem seu tempo, uma decisão precipitada, pode comprometer todo um objetivo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Assalto

Era noite e caminhava por uma rua quando entrei em uma loja, estava vazia, mas logo encontrei algumas pessoas conhecidas. A loja estava fechando, quando alguns homens entraram com armas em punho e rostos cobertos.Patética cena de assalto: pessoas assustadas para um lado opressores para outro, alguns choravam enquanto outros, como eu, acompanhavam pacificamente, como se nada estivesse acontecendo.

Sem muitos motivos comecei a agrupar as demais pessoas e fazer um plano de fuga. A porta havia sido abaixada até um pouco mais da metade, e pelo vão que apenas passava uma pessoa rastejando, joguei um aparelho celular, muito provável que o meu. Reconheci a pessoa ao lado de fora pelos pés, e ficava mandando recados, nem tão sussurrados assim, para que fizesse uma ligação pedindo socorro. Enquanto isso, lá dentro, euzinha ficava enrolando e falando, na verdade, distraindo quem lá estivesse, querendo ganhar tempo. Não sentia nenhum tipo de medo, afinal eu sabia que não era real (isso é muito comum em meus sonhos). E ao fim, eu já não sabia mais se era mesmo um assalto, já que não houve nenhum tipo de roubo, apenas uma situação que foi "contornada". Acordei antes da ligação pedida ser efetuada.

Coloco aqui a referência que mais me agradou, e não entenda agradou como sendo "a mais positiva", a "com significado melhor", não, quando digo que agradou, é porque tem uma base. Além do que, as outras que encontrei são todas iguais: cópias de uma mesma fonte, e pior, que generaliza tudo! Como se fôssemos iguais... Vale a pena a leitura: http://www.ne-poesia.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2053731.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O enigma

Conseguia observá-lo ao longe, estava com um capuz que escondia seu rosto, mas seu andar era inconfundível. Parecia apressado, tropeçava a toda hora pelo caminho. Seguia seus passos em silêncio, omitindo-me nas sombras da cidade adormecida.

Pela manhã havia recebido um aviso, escrito num bilhete de papel amarelado, colocado por baixo de sua porta: devia encontrá-lo no casarão ao final da rua. Sua caligrafia continuava a mesma, e assinava apenas com uma letra: T. (sua inicial?)

Conhecia-o há anos, mas por algum motivo, não tinha notícias há um bom tempo. Sempre fora misterioso, mesmo depois de tanto tempo, seu nome ainda era uma simples consoante. Quando encontraram-se pela primeira vez, ainda era uma criança, e não sabia bem como mas, o havia chamado. Ainda guarda com certo respeito a lembrança de seus olhos refletindo o fogo dos pilares em chamas. Hoje, quem a chamou fora ele.

Acompanhava-o de longe, apenas por cautela, como ele próprio já ensinara: acredite, mas desconfie se tiver chances.

Ele seguiu diretamente para o casarão. Não restavam mais dúvidas, tinha que ser ele! Mesmo assim, aguardou mais alguns minutos, precisava ter certeza. Um ato de desatenção poderia custar-lhe a vida. Sabia que ele odiava esperar, e assim o observou, tranquilamente, a caminhar de um lado para o outro, olhando para o céu de vez em quando, como que para nortear-se no horário. Se houvesse alguma chance de ser uma farsa, esta era então perfeita!

Ainda pelas sombras, seguiu em direção à casa, usando o portão lateral, assim somente seria vista quando já estivesse bem próxima. Ele porém, pressentiu sua chegada, parou olhando ao redor, em busca de um movimento qualquer, quando a avistou no quintal. Sorriu por baixo do capuz: a criança havia aprendido a lição, e havia crescido também.

Sem palavras, pediu para que se sentasse, apontando para um banco de madeira próximo ao que um dia fora uma mesa. Ele aproximou-se, tirou o capuz, e buscou em suas vestes algo que parecia uma bolsa. Colocou-a em cima da mesa, e dela tirou 4 objetos: uma xícara de chá, rosas brancas, uma pedra vermelha, e uma colher. Guardou a bolsa junto ao corpo, vestiu novamente o capuz, virou-se caminhando em direção a rua. Em poucos minutos já estava fora de vista.

Ele mais uma vez me entregara um enigma. Qual seria a resposta?

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Rito

Parecia um quiosque, desses de clube, mas não sabia o que fazia ali. Conhecia algumas pessoas, e conseguia avistar meus pais. Saí dali e procurei conhecer melhor o lugar, na verdade, era como se conhecesse, dei uma volta completa, como se fosse a palma de minha mão, e quando retornei ao local da origem estava anoitecendo.

Queria sair novamente, quando notamos um grande número de pessoas se locomovendo para a mesma direção. Não conseguia ver o que era, precisava chegar mais perto, e assim não somente eu, como todo o povo do quiosque resolveu sair e seguir à multidão. Ao longe, no que pareciam várias quadras de esportes pude enxergar um grupo com veste vermelha e capas pretas. Eu os reconheci imediatamente, e meus passos se aceleraram.

Quando cheguei mais próximo, pude ver que dançavam, como em uma apresentação. Questionei-me porque não estava ali, quando a Sacerdotiza T me respondeu "apenas não é o momento". Senti como se não pudesse andar, queria estar ali, no meio deles... e Ela ao meu lado dizia, "mas você está aqui! Mas as cores deste sabá são: vermelho, preto. Você é o branco!".



Eu sou? Como assim?? - e assim acordei sabendo que não podia esquecer do que importava...

Gratidão.
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