quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Lembranças

Acordei numa ala hospitalar, estranhei o local, algumas pessoas ficaram surpresas por eu ter acordado, isso me incomodou um pouco, comecei a caminhar, deixaram me sair, mas teria que voltar. Fui buscar a origem de estar ali, me sentia bem.

Cheguei a um prédio velho, sabia que era ali que trabalhava, e pensava em trabalhar não fosse a destruição que assolava o lugar. Conforme subia  suas escadas, apenas ruínas e destruição. Encontrei minha sala, e nada via a não ser escombros. Entregaram me uma sacola com coisas e objetos que ainda estavam identificáveis, levei os comigo, mas não conseguia entender o que havia acontecido.

Quando mencionei minha dúvida, muitos dos que me acompanhavam demonstraram espanto, indagando "mas você não se recorda de nada? Nem uma mísera lembrança?" Bem, apenas lembrava de trabalhar naquele prédio e depois de ter acordado no hospital... Comecei a vasculhar o que restara da sala, e apenas me lembrava de como era, como chegava ali, das pessoas que ali ficavam.

Abri a sacola de meus pertences que haviam restado e nela encontrei uma folha de jornal, com fotos do prédio, antes e depois. Ahn? Depois do que? Li rapidamente, e algo como uma explosão havia deixado o lugar assim, e como não existiam lembranças? Descobri que as pessoas que me acompanhavam eram do hospital, e sua surpresa em eu não lembrar era porque fui resgatada consciente e falando. Bem, isso é bom não é? Eu não senti dor, nem medo, tal como em minha infância, quando tive convulsões e via meu corpo por outro angulo e ouvia me chamarem, meu corpo sofria, mas não minha consciência, isso não é bom?

Eu queria entender a origem da explosão, enquanto insistiam em me contar o que havia acontecido comigo: havia dormido por um mês e tive recuperação rápida, outros, nem tanto. Enquanto esclareciam me e tentavam resgatar minhas lembranças, voltamos ao hospital, ao longo corredor que levava me a conhecida ala, muitas pessoas por ali transitavam... todos sempre acompanhados, tudo parecia tão distante, tão surreal, não via rostos conhecidos, sem lembranças, sem passado, o cálice vazio, pronto a encher se novamente, e sempre, sempre....

Um comentário:

Anônimo disse...

Terá sido alguma lembrança? Interessante...

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