terça-feira, 16 de outubro de 2007

Convite para o funeral

Não identifiquei ao certo aonde eu estava, mas era muito parecido com o quintal de minha casa. Eu estava no corredor, sentando-me em uma carteira escolar, havia uma mochila com livros dentro, ao lado direito, havia uma espécie de vitrine de livraria. Vi algumas formas na vitrine, como enfeites, eram cubos, tetraedros, todos com as cores primárias e secundárias.

Na mochila, que era minha, estava cheia de livros de matemática, de vários anos escolares, olhei para eles com certa fascinação, e em algumas páginas, mais desenho geométrico, cubos mágicos (todo embaralhado) e gravuras, de quadrados coloridos, claro...

Estava observando tudo isso, quando chega um antigo professor, meu professor de matemática no ginásio, estava igualzinho, e junto a ele, havia uma criança de mais ou menos 7/8 anos. Meu professor veio para dizer que ali estava o que eu procurava, além de me fascinar... Foi com ele que aprendir a tentar, tentar, tentar e.. parar um pouquinho, para depois tentar, e tentar de novo, até conseguir. Sem decorar, mas entendendo, afinal, a matemática É fascinante !

Meu professor me entregou um convite, para o próximo sábado, seria seu funeral (????). Aceitei numa boa, como se fosse a coisa mais normal do mundo, como se fosse um convite de aniversário, não de morte !! Foi algo verbal, sem nada por escrito. Ele complementou dizendo que o garotinho ficaria comigo, para me ajudar no caminho. Assim, eu não me perderia, e nem deixaria de ir, segundo ele, minha presença era muito importante.

O garotinho, estava com alguns cubos na mão, e brincava com água vinda duma mangueira que estava no corredor, onde tudo se passou.

Acordei com boas lembranças, sabe aquela sensação de "era feliz e não sabia"?? Assim, mas sem a sensação de voltar no tempo, apenas uma sensação gostosa e nostálgica de rever uma pessoa que admirei muito..

2 comentários:

Warlock Wolf disse...

Oi Ro!
Tava dificil falar com o Zé... só consegui falar com ele agora a pouco. Ele viaja... bom, mas meu trabalho eh so transcrever, entao ai vai:

Interessante. O quintal, a carteira escolar, a mochila, o cubo mágico.. Formas elementares com cores elementares, vivas.. todos tem em comum a alegria da simplicidade.. ou a simplicidade da alegria.
"Meu professor veio para dizer que ali estava o que eu procurava"

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"Foi com ele que aprendi a tentar, tentar, tentar e.. parar um pouquinho, para depois tentar, e tentar de novo, até conseguir."
Será que ele ensinava matemática mesmo? Isso parece uma lição de vida. Mas deve ter dado um exemplo matemático, e aí ficou parecendo que só servia praquilo. A ciência costuma encurtar a visão da gente...

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"Meu professor me entregou um convite, para o próximo sábado, seria seu funeral"
Legal! Sinta-se convidada para o meu tb! Só ainda não tenho a data direitinho hehehe!
Bom, aqueles livros, cubos, carteira, (simplicidade-alegria) do primeiro parágrafo fazem tanto parte da sua vida qto da de seu professor... com uma pequena diferença, a dele acaba no sábado, e nem por isso ele perdeu a simplicidade alegre de vir te convidar (e a gente perde a nossa por tao pouco)... ele sabia q vc iria gostar. E pra ter certeza de que vc não vai se perder no caminho, te deixou com a inocência simples de uma criança (repare na alegria simples do paragrafo sobre o garotinho)... pq elas sabem o caminho.. ainda lembram muito bem esse caminho.

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"Acordei com boas lembranças, (...)apenas uma sensação gostosa e nostálgica de rever uma pessoa que admirei muito.."
Feliz! Simples assim...


Beijao!
Ro

Freya disse...

Uau, hoje lembrei que esse professor faz aniversário dia 19!!

Calma, 19 de novembro, tem um mês ainda....

Ô sina, de admirar esses mestres pessonhentos, srsrrsrs...

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