A casa era velha como todas as outras da vila e de seu interior vinha um cheiro forte de café. A fumaça dava o único indício de vida, e consequentemente, alimento. Fazia dias que não tinha provisões para abastecer. Havia racionado alimentos, e agora precisava acreditar que naquela casa encontraria algo.
Quando aproximei-me da porta e percebi-a aberta, bati palmas e nada aconteceu. Resolvi dar toques na porta, e a mesma se abriu revelando um interior iluminado pelo forno a lenha onde uma chaleira fumegava. O cheiro de lenha queimando tornava o ambiente mais acolhedor.
- Olá !!! Oláaaa?
Minha voz ecoou no ambiente que parecia vazio, até que vi uma pequena sombra surgir detrás do forno. Era uma velha de cabeça toda branca, apoiava-se em um bengala, e abria um grande sorriso.
- Você demorou, percebi você chegando quando estava na vila. Demorou muito por lá! Preparei café e pão, sei que está com fome. Sente-se.
Não precisava muito para perceber-me com fome, sem comer direito por uns dias, minha aparência não devia ser das melhores. A fome não permitia que fizesse qualquer questionamento. Tinha o que precisava no momento, não tinha por que questionar. Sem reagir, fiz apenas o que me instruia.
Quando acordei, o sol já estava se pondo, mas ainda ouvia o zumbido do vento nas colinas. Conseguia ouvir portas e janelas abrindo e fechando na vila distante. Desta vez, o cheiro que vinha da cozinha era diferente, parecia adocicado, lembrava o cheiro de frutas. Procurei pela velha, e não a encontrei, mas a mesa estava novamente posta, algumas ervas queimavam num pote, e na mesa, um bolo esfriava. Ouvi passos.
- Achei que não acordaria mais!! Você precisa continuar seu caminho!!
Enquanto falava, deixava uma cesta no chão, se aproximando, entregou um saco, estava fechado com um nó.
- Abra apenas na lua cheia, quando estiver bem longe deste vale! Partirá amanhã, leve tanta provisão quanto possa carregar. A jornada será longa.
O ar de mistério da velha calava qualquer pergunta, não tinha como não obedecer. Guardei o quanto podia, e preparei-me para partir assim que amanhecesse.
O caminho apenas estava começando.
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Novos Projetos
Visando aprimorar o conhecimento e ao mesmo tempo compartilhá-lo, estou com novos projetos. Pretendo conseguir interpretar os sonhos, para isso conto com a ajudinha do Zé, que vez ou outra aparece por aqui. E para ter um 'rumo', vou começar (voltar) a ler o livro do Castañeda, A Arte do Sonhar. É um livro que possui exercícios, são gradativos, lembro-me de já ter tentando iniciar, mas sempre tive
várias distrações, quem sabe por aqui consigo algumas cobranças. Como sei que o livro é 'pesado', pois não se pode continuar, sem finalizado o exercício, vou ficar colocando as experiências, com certeza colocar as dificuldades, e dependendo da situação, colocar artifícios para contorná-los.
Conto com a ajuda de todos, convidando a também participarem dessa jornada.
várias distrações, quem sabe por aqui consigo algumas cobranças. Como sei que o livro é 'pesado', pois não se pode continuar, sem finalizado o exercício, vou ficar colocando as experiências, com certeza colocar as dificuldades, e dependendo da situação, colocar artifícios para contorná-los.
Conto com a ajuda de todos, convidando a também participarem dessa jornada.
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De Virada_2009 |
quinta-feira, 19 de maio de 2011
A jornada do ar - parte 1
O vento soprava forte, a vila parecia vazia, apenas pequenos rodamoinhos davam algum movimento por onde passava. As casas eram antigas,sua pintura desbotada não deixavam dúvidas, tudo ali parecia gritar, mas o único som audível era o ruído do vento e o ranger de portas e janelas, provavelmente esquecidas abertas.
Tudo parecia ter sido deixado para trás, as pressas, sem nenhum cuidado em levar algo, apenas vestígios do que foi um dia e nada além. A vila estava abandonada e essa visão causava um torpor difícil de explicar, como se algo lhe segurasse naquele momento e pedisse ajuda.
"Traga-me de volta a vida" - o vento assobiava pelos cantos aos visitantes que por algum infortunio por ali passasse.
Nada que pudesse sussurrar seria ouvido naquele momento, pois naquele mesmo instante vi uma casa aos pés da montanha, cuja chaminé emitia uma tênue fumaça. Era o primeiro sinal de vida que encontrava depois de tantos dias caminhando.
Meus pés cansados não permitiam que andasse mais rápido e a ansiedade penalizava cada músculo para que dessem mais de si. Não era o bastante, a casa parecia distanciar-se a cada passo. Apesar do vento trazer um ar fresco e um forte cheiro de café, minha respiração ficava cada vez mais pesada, talvez por não lembrar quando tinha sido feita a última refeição. Desde que as provisões acabaram, por alguma estranha razão todo e qualquer povoado que encontrara até então estavam abandonados. Quando decidira fazer esse caminho, fizera todos os planos necessários, mas seus mapas não previam cidades vazias.
Aquela fumaça, era a única esperança.
Tudo parecia ter sido deixado para trás, as pressas, sem nenhum cuidado em levar algo, apenas vestígios do que foi um dia e nada além. A vila estava abandonada e essa visão causava um torpor difícil de explicar, como se algo lhe segurasse naquele momento e pedisse ajuda.
"Traga-me de volta a vida" - o vento assobiava pelos cantos aos visitantes que por algum infortunio por ali passasse.
Nada que pudesse sussurrar seria ouvido naquele momento, pois naquele mesmo instante vi uma casa aos pés da montanha, cuja chaminé emitia uma tênue fumaça. Era o primeiro sinal de vida que encontrava depois de tantos dias caminhando.
Meus pés cansados não permitiam que andasse mais rápido e a ansiedade penalizava cada músculo para que dessem mais de si. Não era o bastante, a casa parecia distanciar-se a cada passo. Apesar do vento trazer um ar fresco e um forte cheiro de café, minha respiração ficava cada vez mais pesada, talvez por não lembrar quando tinha sido feita a última refeição. Desde que as provisões acabaram, por alguma estranha razão todo e qualquer povoado que encontrara até então estavam abandonados. Quando decidira fazer esse caminho, fizera todos os planos necessários, mas seus mapas não previam cidades vazias.
Aquela fumaça, era a única esperança.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Visitas no almoço
Estava num quintal, e sabia que nele seria preparado o almoço, que desta vez, seria diferente, pois convidados muito distantes estavam sendo esperados. O que eu sabia dos convidados era apenas que eram parentes de meus avós, e portanto, meus tios distantes... Láaaaaaa das terras orientais e nórdicas e frias...
Bom, quando chegaram, fui observar, e pareciam pessoas normais, nada que chamasse atenção ou os diferenciasse, a não ser que começassem a falar! É, pois é, ele falavam outra língua... e só quem entendia era minha vó... e só quem a enxergava era eu... :D
Ok, então comecei a 'interpretar', e assim passei a ser referência sobre o que os 'tios' queriam ou estavam precisando. Na verdade, era fácil, eles queriam algo diferente do que estavam acostumados, e não sei ao certo por que, camarões começaram a ser preparados de diversas formas, principalmente
fritos. Não me lembro para quem pedi, mas pedi a alguém que descascasse um abacaxi, e prossegui delegando tarefas. Eram apenas 3 ou 4 senhores, poucos, mas dividimos as pessoas (família, tias, pais...) em dois ambientes.
Uma das situações que me aborreceu, foi quando coloquei uma garrafa de vinho branco na mesa em que sentaria, e fui levar um rosé na outra, quando voltei para o 'meu' lugar, o povo já havia acabado com tudo, não havia sobrado nem uma gota (é ou não é pra ficar furiosa?). Ok, mataram meu Sauvignon, então fui procurar outro, não encontrei, e acabei me distraindo pela outra mesa, acabei ficando por lá.
Os 'tios' comeram por bastante tempo, e sempre elogiavam ou pediam mais, bebiam muito rápido, na verdade, parecia que eu estava servindo água fresca, o clima estava ameno, e o cheiro dos camarões estavam impregnando no local. Estava arrumando acomodações num outro ambiente quando acordei.
Bom, quando chegaram, fui observar, e pareciam pessoas normais, nada que chamasse atenção ou os diferenciasse, a não ser que começassem a falar! É, pois é, ele falavam outra língua... e só quem entendia era minha vó... e só quem a enxergava era eu... :D
Ok, então comecei a 'interpretar', e assim passei a ser referência sobre o que os 'tios' queriam ou estavam precisando. Na verdade, era fácil, eles queriam algo diferente do que estavam acostumados, e não sei ao certo por que, camarões começaram a ser preparados de diversas formas, principalmente
fritos. Não me lembro para quem pedi, mas pedi a alguém que descascasse um abacaxi, e prossegui delegando tarefas. Eram apenas 3 ou 4 senhores, poucos, mas dividimos as pessoas (família, tias, pais...) em dois ambientes.
Uma das situações que me aborreceu, foi quando coloquei uma garrafa de vinho branco na mesa em que sentaria, e fui levar um rosé na outra, quando voltei para o 'meu' lugar, o povo já havia acabado com tudo, não havia sobrado nem uma gota (é ou não é pra ficar furiosa?). Ok, mataram meu Sauvignon, então fui procurar outro, não encontrei, e acabei me distraindo pela outra mesa, acabei ficando por lá.
Os 'tios' comeram por bastante tempo, e sempre elogiavam ou pediam mais, bebiam muito rápido, na verdade, parecia que eu estava servindo água fresca, o clima estava ameno, e o cheiro dos camarões estavam impregnando no local. Estava arrumando acomodações num outro ambiente quando acordei.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Ruínas no deserto
Estava com o Gi, e andávamos em meio a areia, o sol estava forte, e procurávamos por uma sombra, quando vimos algumas ruínas. O Gi saiu correndo na minha frente, e sumiu entre as paredes destruídas, fui atrás, e entramos no que parecia ter sido, um dia, uma sala. Não haviam paredes inteiras, apenas os restos.
A sala parecia ser grande, e mais a nossa frente, havia uma abertura, que um dia devia ter sido uma porta, e por ela passamos. O lugar estava iluminado por uma tocha, minha mãe estava ali, próxima a uma outra porta. o Gi correu em direção ao que sobrou de uma estante, ainda havia livros, eram volumes enormes, com capa dura, nem todos estavam inteiros, e indo em direção a minha mãe, vi que a sala em que estava tinha o chão de terra, e várias estantes, todas derrubadas, parecia que um tornado por ali havia passado. Ouvi a chamar pelo Gi, mas ele estava entretido em uma estante, parecia procurar por algo específico.
Entrei na sala seguinte, e comecei andar por entre as estantes...
(não briguem comigo, mas o despertador tocou!!) :D
Ps. o Alarme de movimento, já havia tocado, isso significa que o sonho ocorreu nos 10 minutos que separam o primeiro alarme para o segundo.
A sala parecia ser grande, e mais a nossa frente, havia uma abertura, que um dia devia ter sido uma porta, e por ela passamos. O lugar estava iluminado por uma tocha, minha mãe estava ali, próxima a uma outra porta. o Gi correu em direção ao que sobrou de uma estante, ainda havia livros, eram volumes enormes, com capa dura, nem todos estavam inteiros, e indo em direção a minha mãe, vi que a sala em que estava tinha o chão de terra, e várias estantes, todas derrubadas, parecia que um tornado por ali havia passado. Ouvi a chamar pelo Gi, mas ele estava entretido em uma estante, parecia procurar por algo específico.
Entrei na sala seguinte, e comecei andar por entre as estantes...
(não briguem comigo, mas o despertador tocou!!) :D
Ps. o Alarme de movimento, já havia tocado, isso significa que o sonho ocorreu nos 10 minutos que separam o primeiro alarme para o segundo.
sábado, 7 de maio de 2011
Mãos e unhas
E mais uma vez eu tendo sonhos de Penélope Charmosa, estava em algum lugar, ao ar livre, cuidando de minha unhas, pintando, mas não gostava do resultado, achava tudo estranho, principalmente a cor! A primeira pincelada, saiu uma cor rala e escura, algo que lembrava muito um verde com dourado de fundo (olha que chique, cremoso e cintilante num único vidrinho!!). Quando olha para o resultado do todo, achava horrível, a cor na unha, parecia mutante, continuava mudando, e ai, decidi que passaria de novo, peguei um outro esmalte, desta vez emprestado, e voltei a pintar, mas em cima do anterior, e... imagine, a cor continuou a mesma, mas a coisa não estava mais rala, ficou grossa, obviamente mil vezes mais ridícula do que da primeira vez, e eu ficava olhando para minhas mãos e unhas, achando muito estranho o que acontecia com a cor, sempre enxergando verde e dourado...
Curiosidades:
Engraçado, escrevendo agora sobre esse sonho, lembrei-me que certa vez comecei a fazer os exercícios de um livro de sonhos (Castañeda), o qual parei no primeiro, já que precisava completar o primeiro exercício para seguir adiante. Qual o primeiro exercício? Sonhar e olhar para as mãos. A única diferença, eu deveria ter consciência disso.
Veja mais: A Arte do sonhar, Carlos Castañeda
Curiosidades:
Engraçado, escrevendo agora sobre esse sonho, lembrei-me que certa vez comecei a fazer os exercícios de um livro de sonhos (Castañeda), o qual parei no primeiro, já que precisava completar o primeiro exercício para seguir adiante. Qual o primeiro exercício? Sonhar e olhar para as mãos. A única diferença, eu deveria ter consciência disso.
Veja mais: A Arte do sonhar, Carlos Castañeda
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