quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sombras da ternura

Observava seu protegido de longe. Em tempos esquecidos, seguia ao seu lado, hoje ele ignorava sua existencia. Mesmo assim o amava, e sempre o protegeria quando pudesse. Muitas, muitas vezes precisou ouvir sem poder responder mesmo com uma simples explicação, de que não podia ajudá-lo em tudo. Gostaria muitas vezes de ter entrado em sua frente em alguns momentos e salvá-lo de quebrar uma perna, alguns dentes, arranhões, decepções... Não podia! Ele precisava entender: não se vive a vida do outro.  Acredite, dói muito observar sem nada poder fazer, mesmo sabendo que assim talvez funcione mais do que se fizer algo concreto, pois sua voz mesmo que ouvida não seria creditada.

É sempre assim né? Reclama-se quando a ajuda não vem, e quando ela vem, não recebe o devido valor e passa-se em branco, como se nada houvesse acontecido.

E assim será, até o fim dos dias, quando for receber-lo sorrindo, e sentir em sua alma que ele não a reconhece mais. Seus olhares irão cruzar-se, corações tentarão conversar, mas ele ainda estará sob o domínio da razão, aquela em que acredita ser real. Algo em sua alma lhe dirá que essa era a voz que ouvia, porém ignorava e abafava sua existência, mas sua razão falará mais alto e dirá que não passa de uma manipulação, que tudo não passa de uma farsa....

Tudo bem, ela o entende, e imagina que, talvez fizesse a mesma coisa em seu lugar. Um dia já fora assim. Faz parte.

Continuará sempre ao seu lado, mesmo que não a perceba. E assim, chora e torce por ti. Fica feliz e triste. Sempre te amando, sempre te protegendo... uma lágrima em uma face e um sorriso em outra... sem cobranças, sem mágoas... Ela é frágil e forte. Meiga e dura. E age sempre na hora precisa. Quem será ela?

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